Caros leitores,
Na reunião de hoje (15/05/2012), aberta as 20h10, como de costume com a oração, a qual já publicamos no site e continuamos a discussão sobre a Cabala abordando a constituição do ser humano.
O trecho a seguir, discutido na reunião, foi extraído do livro: Noções Elementares de Cabala do autor Francisco Valdomiro Lorenz
“A constituição do ser humano
O homem é segundo a cabala um ser composto por três partes:
1) Nephesh, corpo com o princípio vital;
2) Ruach, a alma, sede da vontade, que constitui propriamente a personalidade humana;
3) Neshamah, o espírito, a centelha divina.
Estas três partes diferenciam-se entre si como o concreto, o particular e o geral, de maneira que uma é o reflexo da outra.
Elas não são completamente distintas e separadas uma da outra; ao contrário, devemos representá-las como passando uma para a outra, pouco a pouco, da mesma forma que as cores do espectro, as quais, embora sucessivas, não podem distinguir-se exatamente, fundindo-se uma na outra. Cada uma dessas três partes fundamentais do ser humano contém três subdivisões análogas.
Nephesh não é só o corpo visível, mas abrange também o corpo fluídico (perispírito dos espíritas e o princípio da vida, o fluído vital). Ele é a forma da existência concreta, a parte externa do homem vivo. O que nele domina principalmente é a sensibilidade passiva para o mundo exterior, sendo a sua atividade ideal quase nula. Nephesh está diretamente em relação com outros seres concretos, dos quais recebe impulsos e sobre os quais também age.
Ruach, a alma, não é tão sensível às influências do ambiente material, mas flutua entre a atividade e a passividade, entre a interioridade e a exterioridade, ora recebendo sensações do exterior, ora dando a estes impulsos. Tem a propriedade de se distinguir de todas as outras partes como um indivíduo especial, de dispor de si mesmo e manifestar-se por fora por uma ação livre e voluntária.
Formando um laço intermediário entre Nepesh e Nesamah, entre o concreto ou material e o feral ou espiritual, tem com ambos relações que se podem dividir em três classes:
1) É excitado por Nephesh, que lhe é inferior e, por sua vez, age sobre ele.
2) É influenciado pelo particular exterior, correspondente à sua natureza, e exerce sobre ele a sua influência.
3) Recebe estímulo de Neshamah, que o impressiona e produz nele uma influência vital mais elevada, mais espiritual; por sua parte, comunica a Neshamah suas experiências individuais.
Neshamah é o Espírito, no sentido que lhe dá o Novo Testamento. É o ser puramente interior; nele não se encontra mais a sensibilidade passiva para a natureza exterior; a atividade domina aqui a receptividade. O espírito vive de sua própria vida, e vive só para o geral ou para o mundo espiritual. Contudo, é ativo e passivo, e, além das relações com a Divindade, está também em relação com Ruach e Nephesh, em que se reflete.
Nephesh, com o seu corpo e seu princípio vital, e Ruach, com sua força, representam uma imagem exterior do espírito. O que há de quantitativo em Nephesh e de qualitativo em Ruach, vem de Neshamah, que é puramente interior e ideal.
Como já dissemos, cada uma das três partes constitutivas do ser humano tem três subdivisões, que provêm da localização e dos reflexos dos respectivos princípios. Desta forma, distinguimos no Homem nove elementos ou três partes principais, com três graus cada um:
1) o concreto no concreto (I – NEPHESH)
2) o particular no concreto
3) o geral no concreto
1) o concreto no particular (II – RUACH)
2) o particular no particular
3) o geral no particular
1) o concreto no geral (III – NESHAMAH)
2) o particular no geral
3) o geral no geral”